

Com prêmio estimado em R$ 1 bilhão, a Mega da Virada 2025, que será sorteada nesta quarta-feira (31/12), volta a despertar dúvidas comuns entre apostadores: é melhor entrar em um bolão, apostar todo o valor em um único jogo ou dividir as apostas ao longo de vários sorteios? Para esclarecer essas questões, o matemático Gilcione Nonato Costa, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisou as probabilidades e apontou quais estratégias fazem mais sentido do ponto de vista estatístico.
Segundo o especialista, independentemente da escolha, a principal recomendação é a prudência financeira, já que as chances de ganhar o prêmio principal continuam extremamente baixas.
Bolões aumentam as chances — mas o prêmio é dividido
Entre as opções, os bolões se destacam como uma forma de aumentar a probabilidade de acerto, ainda que de maneira coletiva. Nessa modalidade, várias pessoas contribuem com valores menores — geralmente entre R$ 30 e R$ 50 — para realizar apostas mais completas.
“Os bolões permitem juntar uma quantia maior de dinheiro com contribuições pequenas para cada participante, se comparadas aos gastos normais do dia a dia”, explica Costa.
A desvantagem é a divisão do prêmio em caso de vitória. Ainda assim, o matemático considera a estratégia vantajosa. “É melhor aumentar as chances e ganhar alguma coisa do que não ganhar nada”, resume.
Outra dúvida frequente é se vale mais a pena dividir o dinheiro em várias apostas simples ao longo do tempo ou concentrar tudo em um único sorteio. Do ponto de vista matemático, a resposta é objetiva: concentrar o valor em um único concurso é mais vantajoso.
Como exemplo, o professor cita um apostador com R$ 60 disponíveis. Esse valor poderia ser usado em dez apostas simples em sorteios diferentes, mas, segundo ele, aplicar todo o montante em um único sorteio aumenta a chance de levar o prêmio principal.
“Jogando os R$ 60 em um único sorteio, a chance de ganhar o prêmio principal é maior do que espalhar esse valor em apostas menores”, afirma.
Mesmo assim, a chance segue muito baixa
Apesar de estratégias como bolões ou apostas maiores elevarem matematicamente as chances, o impacto é limitado. O especialista reforça que, mesmo com valores mais altos, a probabilidade de ganhar continua muito pequena.
“A Mega-Sena é essencialmente um jogo de sorte. Mesmo apostando quantias significativas, as chances permanecem baixíssimas”, destaca.
Para o apostador comum, a orientação é apostar apenas valores que não comprometam o orçamento. Costa sugere quantias modestas, como R$ 10, R$ 20 ou R$ 30.
“São valores que permitem participar sem causar impacto financeiro, qualquer que seja o orçamento da pessoa”, explica.
O matemático desaconselha o investimento de grandes somas em loterias e lembra que o retorno esperado é negativo. “As loterias são estruturadas para que a banca seja sempre a maior vencedora”, afirma.
Na avaliação final, o especialista aponta a alternativa matematicamente mais segura: não apostar. “Quem não aposta não ganha nada, mas também não perde nada — e não perder nada já é um grande ganho”, conclui.
Mesmo com probabilidades desfavoráveis, a Mega da Virada segue mobilizando milhões de brasileiros, movidos pela esperança — ainda que remota — de começar o novo ano com uma mudança radical de vida.
Fonte: O Tempo





