A comunidade escolar do Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte, está em luto pela perda brutal da professora de História Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, cujo corpo foi encontrado no último domingo (20), em Vespasiano, na Região Metropolitana da capital mineira. Ela estava desaparecida desde a sexta-feira anterior e foi identificada pelo próprio filho, Matteos França Campos, de 32 anos — que acabou preso nesta sexta-feira (25) como principal suspeito e confessou o crime à Polícia Civil de Minas Gerais.
Licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Soraya era professora das turmas do 7º e 9º anos do Colégio Santa Marcelina desde 2017 e, ao longo dos anos, lecionou para mais de dois mil alunos. Era também coordenadora do Projeto Cidadania, iniciativa voltada à reflexão sobre justiça social e formação de jovens conscientes dos seus direitos e deveres.
“Era uma professora muito dedicada e competente, apaixonada pela educação. Sempre tinha uma palavra de acolhimento para os alunos, com um sorriso no rosto. Era generosa com todos que encontrava”, declarou a diretora pedagógica da instituição, irmã Roseli Hart.
O desaparecimento de Soraya mobilizou professores, alunos e familiares, que iniciaram buscas em hospitais e até no Instituto Médico Legal (IML). A comoção aumentou com a confirmação da morte e, principalmente, após a revelação de que o filho da professora havia simulado um crime sexual para despistar a autoria do assassinato.
Segundo a Polícia Civil, Matteos transportou o corpo da mãe no porta-malas do carro dela até um viaduto em Vespasiano, onde o deixou parcialmente despido, com sinais de queimaduras e lesões que pretendiam encobrir a verdadeira motivação: dívidas acumuladas pelo suspeito com jogos de apostas online.
Além do impacto emocional sobre a comunidade escolar, o caso gerou revolta entre ex-alunos, como a estudante de arquitetura Ana Clara Trigueiro, que participou do Projeto Cidadania. “Estamos devastadas. A Tati era muito humana, sábia, e sempre esteve presente para os alunos, principalmente nos momentos difíceis”, relatou.
Matteos foi preso na casa do pai, em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, o pai não tem envolvimento no crime, que segue em investigação. A comunidade escolar agora se une em homenagens à professora, enquanto familiares e amigos clamam por justiça diante da brutalidade do assassinato.