Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um caso inusitado e comovente registrado nessa quarta-feira (14) em Pirapora, no Norte de Minas. Nas imagens, familiares e amigos aparecem carregando o corpo de Anderclei Fonseca dos Reis em uma bicicleta. Segundo os parentes, a atitude foi tomada porque não tiveram apoio imediato para o transporte e não dispunham de outros recursos.
O irmão de Anderclei, Welber Fonseca dos Reis, contou que ele foi encontrado morto em uma rua do bairro Cidade Jardim. Diante da situação, decidiu colocá-lo na bicicleta de um amigo para levá-lo para casa.
“A polícia chegou, não tirou o corpo. O Samu chegou e não tirou o corpo. A [Polícia] Civil chegou e não tirou o corpo e pediu pra nós carregarmos o corpo. E eu, sem jeito de tentar arrumar um carro, alguma coisa pra carregar ele, um amigo meu pegou a bicicleta e trouxe meu irmão”, relatou.
Welber disse ainda que o irmão, de 51 anos, tinha epilepsia e era usuário frequente de bebidas alcoólicas. Após chegar em casa, ele deu banho no corpo e o preparou para o sepultamento.
De acordo com a Polícia Militar, uma equipe foi até a rua J, no bairro Cidade Jardim, após ser informada por populares que havia um homem caído no chão. Moradores afirmaram que Anderclei havia sido visto com vida por volta das 10h da manhã. Durante os levantamentos, Welber relatou aos policiais detalhes sobre as condições de saúde do irmão e possíveis fatores que teriam contribuído para a morte. O Samu foi acionado e confirmou oficialmente o óbito.
A perícia da Polícia Civil esteve no local e constatou que Anderclei não tinha lesões aparentes. Após os trabalhos periciais, o corpo ficou sob responsabilidade da família. Segundo eles, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) foi acionado, mas não prestou ajuda imediata.
A Polícia Militar informou, por meio de nota, que a ocorrência seguiu todos os procedimentos previstos nas normas operacionais.
“De acordo com a Diretriz Integrada de Ações e Operações, em casos de encontro de cadáver sem sinais aparentes de violência ou de autoextermínio, compete à Polícia Militar isolar, preservar e vigiar o local e seus vestígios até a conclusão dos trabalhos periciais.”
A corporação destacou que o atendimento foi finalizado após a saída da perícia da Polícia Civil, como determina o protocolo.
O Samu afirmou que, após a constatação do óbito, acionou a Polícia Civil e orientou os familiares a procurarem o serviço social da Prefeitura para solicitar o auxílio funerário.
“O médico do Samu orientou os familiares presentes a procurarem o Serviço Social da Prefeitura para solicitar o serviço funerário municipal e dar andamento aos trâmites necessários. Em seguida, o Samu foi direcionado para uma nova ocorrência, ficando o caso sob responsabilidade da polícia.”
A Prefeitura de Pirapora disse que a família já era acompanhada pelo CRAS do bairro Cidade Jardim.
“Assim que fomos acionados, prestamos o suporte necessário. A solicitação de auxílio funeral foi devidamente protocolada e os custos com o sepultamento serão integralmente arcados pela Prefeitura.”
A Polícia Civil esclareceu que, após a análise pericial, não foram identificados sinais de acidente ou violência.
“Conforme o protocolo previsto para casos de falecimento por causas naturais, o corpo não foi encaminhado ao Posto Médico-Legal (PML), permanecendo sob responsabilidade dos familiares, que ficaram encarregados de providenciar o serviço funerário.”
Fonte: G1