

Em um episódio de forte tensão política, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força por policiais legislativos da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, na tarde desta terça-feira (9), após ocupar por cerca de duas horas a cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em protesto contra sua possível cassação.
Braga se sentou na cadeira da presidência por volta das 15h30, chegou a conduzir parte da sessão e chamou outros parlamentares para discursar. Após deixar o posto momentaneamente, retornou pouco depois das 16h e afirmou que não sairia mais, em gesto que desrespeita o regimento interno da Câmara.
A ação da segurança legislativa resultou em confusão no plenário. A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) caiu durante o tumulto, e Sâmia Bomfim (PSOL-SP), parlamentar e esposa de Glauber, tentou impedir que o deputado fosse retirado. O terno do parlamentar acabou rasgado.
Em decisão considerada inédita, a TV Câmara interrompeu a transmissão ao vivo durante a confusão e jornalistas foram retirados do plenário por policiais legislativos, o que impediu a imprensa de acompanhar integralmente o episódio. As imagens que circulam foram registradas principalmente por celulares de parlamentares e assessores.
Após o episódio, Hugo Motta declarou que Braga “desrespeitou a Câmara” e afirmou que determinou a apuração de possíveis excessos cometidos pela segurança na retirada dos profissionais de imprensa.
A manifestação de Glauber ocorreu horas depois de Motta anunciar que pretende colocar em votação, ainda este ano, o processo de cassação do mandato do deputado. O parlamentar é acusado de quebra de decoro por agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) em abril de 2024.
O Conselho de Ética aprovou a perda de mandato em abril, mas o processo estava parado desde então, aguardando votação no plenário. À época, Glauber realizou uma greve de fome de mais de uma semana, encerrada após um acordo com o próprio presidente da Câmara.
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