Minas Gerais registrou 28 tremores de terra de baixa intensidade ao longo do mês de julho, segundo dados do Núcleo de Estudos Sismológicos (NES) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Entre as cidades que apresentaram atividade sísmica, Curvelo, registrou um abalo de magnitude 2.3, chamando atenção para a necessidade de monitoramento contínuo na região. Sete Lagoas também foi afetada, com dois eventos registrados, de magnitudes 2.7 e 2.1.
De acordo com o levantamento, os tremores foram tanto naturais quanto artificiais. Treze deles ocorreram em Montes Claros e foram provocados por explosões em atividades de mineração. Os demais, como os sentidos em Curvelo e Sete Lagoas, foram classificados como naturais, causados por movimentações geológicas como deslocamentos das placas tectônicas ou colapso de cavidades subterrâneas.
O NES destaca que, apesar da baixa magnitude dos sismos — que variaram entre 1.1 e 2.7 —, a ocorrência desses eventos revela uma atividade tectônica moderada na região. "Mesmo em áreas consideradas de baixa sismicidade, como grande parte do território mineiro, é essencial manter sistemas de monitoramento ativos e campanhas de conscientização sobre riscos geológicos", pontua o núcleo.
Além de Curvelo e Sete Lagoas, cidades como Ouro Preto, Capim Branco, Mariana, Itabira e Frutal também registraram tremores em julho. O acompanhamento foi feito em parceria com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que possui estações espalhadas pelo estado.
A geologia de Minas Gerais, especialmente nas regiões do Alto Paranaíba, Bacia do São Francisco e centro do estado, favorece o acúmulo e liberação de tensões na crosta terrestre, o que explica a recorrência de pequenos sismos. Para o NES, o desafio está em superar a baixa percepção pública sobre terremotos em território mineiro e reforçar a importância do monitoramento sísmico mesmo diante de abalos considerados leves.