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Golpistas usam dados de processos reais e se passam por advogados para aplicar golpes em Sete Lagoas

Criminosos acessam informações judiciais, criam perfis falsos e convencem vítimas a fazer transferências bancárias

Redação
Por: Redação
24/06/2025 às 11h58 Atualizada em 25/06/2025 às 15h29
Golpistas usam dados de processos reais e se passam por advogados para aplicar golpes em Sete Lagoas
Polícia Militar registra aumento expressivo de estelionatos em Sete Lagoas/Foto: Reprodução Internet

Sete Lagoas tem sido palco de uma série de golpes financeiros orquestrados por criminosos que se fazem passar por advogados, explorando a confiança das vítimas e utilizando informações de processos judiciais reais. Nossa reportagem teve acesso a relatos de vítimas que perderam um número significativo de dinheiro.

Um dos casos mais recentes envolveu um motorista de 35 anos, que perdeu R$ 8.365,99 no final de maio. O golpe começou com um contato via WhatsApp, onde uma mulher se identificou como advogada de um escritório renomado de Sete Lagoas, prometendo a liberação de R$ 4.000,00 de um processo judicial. A fraude evoluiu com a participação de um segundo golpista, que se apresentou como advogado do Superior Tribunal de Justiça, levando a vítima a fazer transferências e até a contratar um empréstimo.

Modus operandi sofisticado

Outra vítima, que procurou nossa reportagem após a publicação do caso do motorista, relatou ter sido abordada de forma semelhante. Os criminosos usaram a foto e os dados de sua advogada, incluindo OAB e localização do escritório, para criar um perfil falso no WhatsApp. Eles obtiveram informações de processos da vítima contra bancos pela internet, enviando o processo em PDF com todos os dados.

Os golpistas propuseram um acordo de R$ 15.732,00 por danos morais, mas alegaram que haveria um desconto de R$ 4.437,00 de Imposto de Renda. Para evitar o desconto, ofereceram a opção de pagar uma DAIJ (Documento de Arrecadação de Impostos Judiciais) no valor de R$ 987,00. A vítima, acreditando na veracidade da situação, fez um empréstimo para quitar a suposta taxa. Apenas na madrugada seguinte, percebendo o golpe, contatou sua advogada e registrou um Boletim de Ocorrência. Infelizmente, a esperança de reaver o dinheiro é baixa.

Comentários nas redes sociais confirmam que outras pessoas foram abordadas da mesma forma, indicando a ampla atuação da quadrilha.

Golpes se expandem para dados pessoais

Além do golpe dos falsos advogados, a PMMG registrou entre 1º e 31 de maio, 414 boletins de ocorrência contra estelionatários, que utilizaram diversos meios para cometer os crimes. Um exemplo recente envolveu uma mulher de 38 anos que teve seu aplicativo de mensagens usado indevidamente após seu celular passar por manutenção.

Em 30 de maio, a vítima foi alertada por sua empregadora de que seu perfil no WhatsApp estava solicitando transferências bancárias a contatos. Ao reinstalar o aplicativo em um novo aparelho, ela confirmou o envio de mensagens suspeitas e a realização de uma transação Pix de R$ 210,00 para uma conta desconhecida. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Polícia Civil de Sete Lagoas.

A Polícia Militar reforça a importância da atenção e prevenção para evitar ser mais uma vítima de estelionatários.

Fique atento às seguintes dicas:

  • Desconfie de contatos inesperados: Seja por WhatsApp, e-mail ou telefone, desconfie de pessoas que se apresentam como advogados, funcionários de bancos ou órgãos governamentais oferecendo liberação de valores, prêmios ou soluções “milagrosas”.
  • Verifique a identidade: Sempre que receber contato de alguém que se diz representante de uma instituição, mesmo que com dados convincentes, procure confirmar a identidade através dos canais oficiais da empresa ou do profissional. Nunca use os contatos fornecidos pelo suposto golpista.
  • Não faça transferências ou pagamentos adiantados: Bancos, escritórios de advocacia e órgãos públicos não solicitam depósitos ou transferências para liberar valores, seja para custas processuais, impostos ou outras taxas.
  • Cuidado com links e aplicativos suspeitos: Não clique em links enviados por desconhecidos e nunca instale aplicativos ou programas sugeridos por eles.
  • Proteja seus dados pessoais: Evite compartilhar informações sensíveis, como senhas, dados bancários, números de documentos e códigos de segurança.
  • Atenção ao WhatsApp: Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp para dificultar que criminosos cliquem seu número. Desconfie se pedirem códigos de segurança ou tentarem acessar sua conta.
  • Pesquise e informe-se: Se tiver dúvidas sobre a veracidade de um contato, pesquise sobre o assunto, procure informações em fontes confiáveis e converse com pessoas de confiança.
  • Desconfie de promessas milionárias: Ninguém oferece dinheiro fácil ou soluções que parecem boas demais para ser verdade.
  • Em caso de dúvida, denuncie: Se desconfiar de um golpe ou já tiver sido vítima, procure a Polícia Militar e registre um Boletim de Ocorrência.

Da Redação com informações do SeteLagoas.com.br

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