Sete Lagoas tem sido palco de uma série de golpes financeiros orquestrados por criminosos que se fazem passar por advogados, explorando a confiança das vítimas e utilizando informações de processos judiciais reais. Nossa reportagem teve acesso a relatos de vítimas que perderam um número significativo de dinheiro.
Um dos casos mais recentes envolveu um motorista de 35 anos, que perdeu R$ 8.365,99 no final de maio. O golpe começou com um contato via WhatsApp, onde uma mulher se identificou como advogada de um escritório renomado de Sete Lagoas, prometendo a liberação de R$ 4.000,00 de um processo judicial. A fraude evoluiu com a participação de um segundo golpista, que se apresentou como advogado do Superior Tribunal de Justiça, levando a vítima a fazer transferências e até a contratar um empréstimo.
Outra vítima, que procurou nossa reportagem após a publicação do caso do motorista, relatou ter sido abordada de forma semelhante. Os criminosos usaram a foto e os dados de sua advogada, incluindo OAB e localização do escritório, para criar um perfil falso no WhatsApp. Eles obtiveram informações de processos da vítima contra bancos pela internet, enviando o processo em PDF com todos os dados.
Os golpistas propuseram um acordo de R$ 15.732,00 por danos morais, mas alegaram que haveria um desconto de R$ 4.437,00 de Imposto de Renda. Para evitar o desconto, ofereceram a opção de pagar uma DAIJ (Documento de Arrecadação de Impostos Judiciais) no valor de R$ 987,00. A vítima, acreditando na veracidade da situação, fez um empréstimo para quitar a suposta taxa. Apenas na madrugada seguinte, percebendo o golpe, contatou sua advogada e registrou um Boletim de Ocorrência. Infelizmente, a esperança de reaver o dinheiro é baixa.
Comentários nas redes sociais confirmam que outras pessoas foram abordadas da mesma forma, indicando a ampla atuação da quadrilha.
Além do golpe dos falsos advogados, a PMMG registrou entre 1º e 31 de maio, 414 boletins de ocorrência contra estelionatários, que utilizaram diversos meios para cometer os crimes. Um exemplo recente envolveu uma mulher de 38 anos que teve seu aplicativo de mensagens usado indevidamente após seu celular passar por manutenção.
Em 30 de maio, a vítima foi alertada por sua empregadora de que seu perfil no WhatsApp estava solicitando transferências bancárias a contatos. Ao reinstalar o aplicativo em um novo aparelho, ela confirmou o envio de mensagens suspeitas e a realização de uma transação Pix de R$ 210,00 para uma conta desconhecida. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Polícia Civil de Sete Lagoas.
A Polícia Militar reforça a importância da atenção e prevenção para evitar ser mais uma vítima de estelionatários.
Da Redação com informações do SeteLagoas.com.br