Um trabalhador indígena, sua esposa e os cinco filhos do casal, de 1 a 13 anos, foram resgatados de uma fazenda em Montes Claros, onde viviam em condições análogas à escravidão. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a família, vinda do Mato Grosso, foi atraída por falsas promessas de moradia digna, cesta básica e salário mínimo.
No local, a situação encontrada era de extrema precariedade: a água disponível era salobra, a casa estava em condições insalubres, e a alimentação se resumia a um pacote de arroz e trigo. A família dormia em colchões sujos e no chão, sem acesso a serviços de saúde, e as crianças estavam fora da escola — a mais nova, inclusive, com a vacinação em atraso.
De acordo com o MTE, o homem e o filho de 13 anos trabalhavam sem registro, sem equipamentos de proteção, exames médicos ou treinamentos. Eles cuidavam do gado, faziam capina e vigiavam a propriedade, mas nunca receberam os salários prometidos nem tiveram direitos trabalhistas garantidos. A sobrevivência da família dependia apenas do Bolsa Família.
Durante a operação, os auditores acionaram a prefeitura, que encaminhou a família para uma casa de acolhimento. O empregador foi notificado a pagar as verbas devidas em até 10 dias.
As denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas pelo Sistema Ipê, disponível na internet, de forma anônima.
Fonte: G1