12°C 28°C
Curvelo, MG
Publicidade
Anúncio

Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia geral e sedação para realização de tatuagem

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União na segunda (28). Segundo texto, procedimentos reparadores com indicação médica são exceções.

Redação
Por: Redação
30/07/2025 às 09h11 Atualizada em 30/07/2025 às 09h27
Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia geral e sedação para realização de tatuagem
MC Pedrinho toma anestesia geral para fazer tatuagem /Foto: Reprodução/Instagram

O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagens. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (28), e vale para procedimentos de qualquer tamanho ou localização no corpo.

A única exceção prevista na resolução é para tatuagens com finalidade médica, como nos casos de reconstrução de partes do corpo indicadas por profissionais da saúde.

A medida ganhou destaque após episódios envolvendo celebridades e uma morte recente registrada em Santa Catarina. Em janeiro deste ano, o empresário e influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, morreu em um hospital de Itapema (SC) após, supostamente, ter sido submetido a uma anestesia geral para fazer uma tatuagem.

Prática se popularizou entre famosos

O uso de anestesia durante sessões de tatuagem se tornou comum entre celebridades nos últimos anos. O cantor Igor Kannário foi um dos que relatou ter “fechado o corpo” com tatuagens em uma única sessão com o uso de sedação.

A influenciadora Rafaella Santos, irmã do jogador Neymar, também tatuou um leão nas costas com o auxílio de sedação. Já o cantor MC Cabelinho revelou em entrevista que chegou a ser entubado e sedado com anestesia geral para tatuar as costas.

“Contratei uma equipe médica, fechei uma sala de cirurgia. Os médicos disseram que era possível. Tomei anestesia geral, dormi por oito horas, fiquei entubado, porque era nas costas. Tatuei as costas toda”, contou ele no programa Na Piscina com Fê Paes Leme.

MC Cabelinho toma anestasia geral para fazer tatuagem — Foto: Reprodução/Instagram
MC Cabelinho toma anestesia geral para fazer tatuagem — Foto: Reprodução/Instagram

Riscos da anestesia em ambiente não hospitalar

Após a morte de Ricardo Godoi, especialistas alertaram para os riscos envolvidos no uso de anestésicos fora de ambientes hospitalares. A médica anestesiologista Esthael Cristina Querido Avelar, da Santa Casa de São Paulo, explicou que procedimentos como anestesia geral interrompem a respiração espontânea do paciente, o que exige ventilação mecânica e monitoramento constante.

“Se houver dificuldade para acessar as vias aéreas do paciente, há risco de hipoxemia — ou seja, falta de oxigênio nos tecidos”, explica a médica.

Ela também destacou que determinadas medicações podem provocar quedas bruscas na pressão arterial e na frequência cardíaca, dependendo da dosagem e das condições clínicas do paciente.

Outro especialista, o médico anestesiologista George Miguel Goes, do Hospital Israelita Albert Einstein, reforçou que a anestesia exige cuidados prévios, como jejum de pelo menos oito horas. A falta dessa preparação pode levar à broncoaspiração, quando alimentos do estômago vão parar nos pulmões, além de reações alérgicas, arritmias ou crises de asma.

Sedação x Anestesia geral

Embora muitas pessoas confundam os termos, especialistas lembram que sedação e anestesia geral são procedimentos distintos:

  • Sedação: pode ser leve, moderada ou profunda. O paciente permanece em estado de consciência rebaixado, podendo ser acordado a qualquer momento. Ainda sente parte dos estímulos e respira por conta própria.

  • Anestesia geral: o paciente perde completamente a consciência e o controle da respiração, sendo necessária a entubação e o uso de equipamentos para ventilação. Esse tipo de anestesia deve ser feito exclusivamente em ambiente hospitalar.

“A sedação é como um sono profundo. Já na anestesia geral, o paciente fica completamente inconsciente e depende do anestesista para respirar”, resume o Dr. George Miguel.


Com a nova resolução, o CFM busca restringir o uso indiscriminado de técnicas anestésicas em procedimentos estéticos não médicos, como as tatuagens. O órgão alerta que o uso indevido pode trazer consequências graves, incluindo risco de morte, como demonstraram casos recentes.

Fonte: G1

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários